Entrevista de 25/09/2010. Geraldo Vandré Parte 1 do Youtube
Fantástico, com um ano de atraso vi essa entrevista. Hoje minha amiga Rita da ANAC me mandou um e-mail com a entrevista do Geraldo Vandré. Não consegui parar de assistir. Conheci Geraldo Vandré pessoalmente. Na primeira vez que o vi, 1989, Geraldo Vandré entrou na Sala AIS (Sala do Plano de vôo, cartas, etc.) no Campo de Marte, onde eu tinha passado a trabalhar recentemente, abriu a última gaveta de minha mesa e mostrou me um livro sobre a produção cafeeira do Brasil da década de 40 ou 50. Por causa da liberdade de ir e vir que ele tinha naquele lugar e por causa daquele livro, inicialmente eu pensei que ele fosse um funcionário do DAC vindo transferido de algum órgão da agricultura. As pessoas o chamavam de Geraldo. Eu tinha ali colegas que nunca ouviram falar do Geraldo Vandré. Só depois de muitas visitas dele ao meu serviço, alguém me contou por acaso que ele era o Geraldo Vandré. Eu não acreditei. Perguntei: "Você é o Geraldo Vandré?" Ele me respondeu seu nome inteiro, sem o "Vandré", provavelmente disse :"Geraldo Pedroso de Araújo Dias Vandregísilo, Advogado".
Por anos a fio ele frequentou aquele aeroporto, que na época tinha 5% do movimento de aviões e helicópteros que tem hoje e era um lugar único, onde todos se conheciam: funcionários da INFRAERO, seguranças, pilotos do aeroclube e militares do então Destacamento de Proteção ao Vôo do Campo de Marte. Com o passar dos anos o ambiente foi mudando e não vi mais o Geraldo por lá. Percebi que muitas coisas que o Geraldo Vandré falava não eram entendidas porque as pessoas simplesmente não tinham paciência ou simplesmente inteligência para entendê-las. Assim também a canção Fabiana, quando a li, a primeira impressão que tive foi de que era uma letra sem nexo. Mas, em uma segunda leitura, fiquei admirado da beleza e da profundidade daquela canção e, mais admirado ainda, de que a maior parte das pessoas ao meu redor não a entendiam. Você podia não concordar com suas frases, mas jamais atribuir-lhes falta de nexo ou sentido, o que era muito comum acontecer. Geraldo Vandré é alguém que podemos chamar de genuinamente "polêmico". Ele tem uma densidade, um conteúdo que provoca nas pessoas uma reação. Recordei isso olhando alguns comentários colocados no youtube a respeito de sua entrevista. As pessoas de modo geral são incapazes de acreditar que ele está simplesmente sendo sincero. Recusam-se a acreditar que ele não se encaixa na visão da história e do mundo que elas têm dele. Como Vandré, acho que todas as pessoas com algum destaque na mídia devem ser vítimas de mal interpretação. Um dia ouvi Geraldo Vandré falar que nunca criticou Roberto Carlos, mas que a imprensa disse que ele "não gostava daquele cantor". Achei interessante ele falar, nessa entrevista, que desconhece que os militares tenham algo contra ele, mas que, naquele tempo, um "guarda de trânsito" na rua poderia tê-lo agredido. Acho triste deformar a realidade ou até criar mentiras ou mitos para atender a nossa cosmovisão como fizeram com o ex-presidente francês De Gaulle em relação ao Brasil. Amigo leitor, sinta um alívio em ser um desconhecido. Você, pelo menos, tem menos chances do que o Geraldo Vandré de saírem por aí dizendo que você disse o que você não disse ou que você pensou coisas que você nunca pensou. Geraldo Vandré, nesse sentido, é emblemático. Ele é revelador desse aspecto ruim da natureza humana. Quando ele não atende as expectativas, chegam até a dizer que ele "mudou de opinião". É o caso do Vandré, por algum motivo algumas pessoas gostam de achar que ele foi torturado e que ele odeia militares. Isso preenche estereótipos. A entrevista inteira está no site do Globo News que pode ser acessada por link no título deste artigo. Achei fantástica essa entrevista.
Fantástico, com um ano de atraso vi essa entrevista. Hoje minha amiga Rita da ANAC me mandou um e-mail com a entrevista do Geraldo Vandré. Não consegui parar de assistir. Conheci Geraldo Vandré pessoalmente. Na primeira vez que o vi, 1989, Geraldo Vandré entrou na Sala AIS (Sala do Plano de vôo, cartas, etc.) no Campo de Marte, onde eu tinha passado a trabalhar recentemente, abriu a última gaveta de minha mesa e mostrou me um livro sobre a produção cafeeira do Brasil da década de 40 ou 50. Por causa da liberdade de ir e vir que ele tinha naquele lugar e por causa daquele livro, inicialmente eu pensei que ele fosse um funcionário do DAC vindo transferido de algum órgão da agricultura. As pessoas o chamavam de Geraldo. Eu tinha ali colegas que nunca ouviram falar do Geraldo Vandré. Só depois de muitas visitas dele ao meu serviço, alguém me contou por acaso que ele era o Geraldo Vandré. Eu não acreditei. Perguntei: "Você é o Geraldo Vandré?" Ele me respondeu seu nome inteiro, sem o "Vandré", provavelmente disse :"Geraldo Pedroso de Araújo Dias Vandregísilo, Advogado".
Por anos a fio ele frequentou aquele aeroporto, que na época tinha 5% do movimento de aviões e helicópteros que tem hoje e era um lugar único, onde todos se conheciam: funcionários da INFRAERO, seguranças, pilotos do aeroclube e militares do então Destacamento de Proteção ao Vôo do Campo de Marte. Com o passar dos anos o ambiente foi mudando e não vi mais o Geraldo por lá. Percebi que muitas coisas que o Geraldo Vandré falava não eram entendidas porque as pessoas simplesmente não tinham paciência ou simplesmente inteligência para entendê-las. Assim também a canção Fabiana, quando a li, a primeira impressão que tive foi de que era uma letra sem nexo. Mas, em uma segunda leitura, fiquei admirado da beleza e da profundidade daquela canção e, mais admirado ainda, de que a maior parte das pessoas ao meu redor não a entendiam. Você podia não concordar com suas frases, mas jamais atribuir-lhes falta de nexo ou sentido, o que era muito comum acontecer. Geraldo Vandré é alguém que podemos chamar de genuinamente "polêmico". Ele tem uma densidade, um conteúdo que provoca nas pessoas uma reação. Recordei isso olhando alguns comentários colocados no youtube a respeito de sua entrevista. As pessoas de modo geral são incapazes de acreditar que ele está simplesmente sendo sincero. Recusam-se a acreditar que ele não se encaixa na visão da história e do mundo que elas têm dele. Como Vandré, acho que todas as pessoas com algum destaque na mídia devem ser vítimas de mal interpretação. Um dia ouvi Geraldo Vandré falar que nunca criticou Roberto Carlos, mas que a imprensa disse que ele "não gostava daquele cantor". Achei interessante ele falar, nessa entrevista, que desconhece que os militares tenham algo contra ele, mas que, naquele tempo, um "guarda de trânsito" na rua poderia tê-lo agredido. Acho triste deformar a realidade ou até criar mentiras ou mitos para atender a nossa cosmovisão como fizeram com o ex-presidente francês De Gaulle em relação ao Brasil. Amigo leitor, sinta um alívio em ser um desconhecido. Você, pelo menos, tem menos chances do que o Geraldo Vandré de saírem por aí dizendo que você disse o que você não disse ou que você pensou coisas que você nunca pensou. Geraldo Vandré, nesse sentido, é emblemático. Ele é revelador desse aspecto ruim da natureza humana. Quando ele não atende as expectativas, chegam até a dizer que ele "mudou de opinião". É o caso do Vandré, por algum motivo algumas pessoas gostam de achar que ele foi torturado e que ele odeia militares. Isso preenche estereótipos. A entrevista inteira está no site do Globo News que pode ser acessada por link no título deste artigo. Achei fantástica essa entrevista.
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