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quarta-feira, 10 de junho de 2009

EU, MADRE TERESA E UM CARRO DA POLÍCIA

Hoje, quando eu saía do presídio do Putim, passei por uma estrada deserta de terra. Não havia outros carros nem casas, portanto não fazia mal o poeirão atrás de mim. Mas de repente percebi uma viatura atrás buzinando, até pensei que estava sendo perseguido! Quando dei passagem, para minha surpresa a referida viatura fez derrapagens só para fazer mais poeira! Entendi que o motivo pelo qual eles me passaram não era por causa de uma ocorrência, mas porque se sentiam no direito de "não comer poeira". Por isso forçaram passagem na minha frente. Que espécie de profissionais estão ali? – pensei na hora.
Senti-me desprestigiado, ofendido, aborrecido, triste.
Aquela minha tristeza serviu-me para lembrar de uma frase maravilhosa de Madre Teresa: "Quando vejo uma pessoa triste", ela costumava dizer, "sempre penso que está recusando alguma coisa a Jesus". É claro que ela não se referia a todo tipo de tristeza, mas a certo tipo de tristeza, a que senti especificamente ligado ao incidente com a viatura, pois tem tudo a ver com o ego!
Frequentemente, ao lidarmos com nossos conflitos e problemas diários, simplesmente “esquecemos” da influência de nosso ego em nossos sentimentos.


Escrito por Carlos R Trannin, 10/06/09

2 comentários:

  1. Pois é Carlão! Isso é Incrível!

    Inda muitas vezes usam a Bíblia para dizerem que devemos ser obedientes as autoridades. Sim devemos mesmo ser obedientes as autoridades, mas aquelas que praticam a justiça, pois são instrumentos de Deus para a repreenção com certeza esse precisavam ser repreendidos!

    Concordo com você Carlão quando achamos que nossas feridas são mais doloridas do que a dos outros, mas ainda assim acredito na reinvidicação da cidadânia. Paulo fez isso quando foi preso injustamente e quiseram soutá-lo na calada da noite! Fez valer seus direitos e as a utoridades romanas tiveram que sout-alos!

    Grande abrao Carlão ... sempre bom reencontra-lo amigo!!!

    Até ...

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  2. Vinicios, gosto de seus comentários, vc levantou uma questão muito importante, que poderia ser exposta assim: "Em que ponto a atitude dos cristãos abandona a espiritualidade sadia e se torna uma subserviência medíocre?"
    Certamente, no ponto em que, ao invés de fazermos como a viúva que importunou o mau juiz até conseguir o que precisava, preferimos dobrar nossos braços, calar a nossa boca, fechar os nossos olhos, atrofiar nossa mente e nos esconder na covardia do nosso cantinho anônimo, na falsa paz da inanição e na conforto doentio do sentimento de vítima! Não foi assim que agiram São Francisco, Luther King, Lutero, Wycliffe... "Os verdadeiros santos", como dizia Paul Tillich, "rebelaram-se contra Deus, em nome de Deus, além de Deus". Como dizia Rollo May: "Os ensinamentos que os levaram à morte elevaram o nível ético e espiritual das sociedades em que viveram e das sociedades futuras". Muito bem, pergunto a você, onde se encaixa em tudo isso a frase de madre Teresa, e os ensinamentos de Cristo sobre dar o outro lado da face, andar a segunda milha (por que milha e não quilômetro?) e morrer para si mesmo? Haverá contradição na concepção de espiritualidade da Bíblia? O que vc acha?

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