Em 1874, a revista Christian World relatou uma curiosa disputa de idéias entre o pregador itinerante Dwight Pentecost e o pastor Charles Spurgeon, ocorrida quando ambos estavam em um culto. Pentecost incluiu em seu sermão um relato apaixonado sobre como obedeceu ao chamado de Deus para deixar de fumar, algo que parecia atrapalhar sua busca de santidade. Muitos viram neste testemunho uma pacífica provocação a Spurgeon, conhecido por gostar de fumar charutos.
Quando Spurgeon chegou até o púlpito, disse:
Bem, caros amigos, vocês sabem que alguns homens podem fazer para a glória de Deus o que para outros homens seria pecado. Apesar do que nos relatou o irmão Pentecost, eu pretendo fumar um bom charuto para a glória de Deus antes de ir para a cama hoje à noite. Se alguém puder me mostrar na Bíblia o mandamento: “Não fumarás”, estou pronto a obedecê-lo, mas ainda não o encontrei. Conheço apenas dez mandamentos, e faço o possível para guardá-los. Não tenho vontade alguma de transformá-los em onze ou doze.
O fato é que eu tenho falado com vocês sobre pecados reais e para não darem ouvidos a meros sofismas e escrúpulos. Ao mesmo tempo, sei que aquilo que um homem acredita ser pecado se torna pecado para ele, e deve então parar de cometê-lo. “Tudo o que não provém da fé é pecado” [Rm 14:23]. Esse é o ponto que o meu irmão Pentecost vem reforçar.
Ora, um homem pode pensar que é pecado ter suas botas pintadas de preto. Bem, então ele não deve insistir e ficar com elas brancas. Gostaria de dizer que não tenho vergonha de nada do que faço. Não me sinto envergonhado por fumar, portanto, quero dizer que fumo para a glória de Deus.
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